A metodologia "Viajar Leve" é baseada no entendimento de que até a fase da operacionalização do negócio, a startup e seus empreendedores, podendo ser pessoas ou empresas, devem carregar a menor carga possível. Mas o que seria essa carga?

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São os passivos acumulados durante a fase de desenvolvimento do projeto, são despesas com designers, consultores, elaboração de testes, prototipagens, horas trabalhadas, honorários jurídicos, domínios, passagens, alimentação, etc. Todos esses gastos, na maioria dos projetos em estágios iniciais, são pagos pelo empreendedor. 

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Quando o empreendedor não consegue ou opta por não arcar com todos os custos, ele procura por parceiros ou sócios que em troca de serviços ou capital, recebem um percentual de participação no projeto. Outra possibilidade é o empreendedor tomar esses recursos como empréstimos, nesse caso ao invés de sócios terá credores, mas o efeito é o mesmo.

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Muitas vezas essa estratégia diluí ou onera consideravelmente a participação do empreendedor, muitas vezes ao ponto em que perde o estímulo para continuar trabalhando no seu projeto. Se não perde o estímulo, para que seja remunerado por todos aqueles custos e riscos assumidos, superestima o valor do negócio e afasta investidores, que também sentem-se receosos ao terem que discutir participação societária com diversos pequenos sócios que fizeram colaborações de relevância questionável ao longo do processo e que pouco agregarão ao futuro do negócio.

 

Então como evitar essa carga? 

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O conceito de Bootstrapping vem da ideia do empreendedor se apoiar em si mesmo para superar as etapas de desenvolvimento. Calçar suas botas e caminhar com as próprias pernas. Trabalhando em sua auto-formação ele reduz custos, concentra participação e adquire importantes conhecimentos e habilidades ao longo do processo. Envolver-se em cada etapa tornará o empreendedor mais auto-suficiente, mais preparado e mais atrativo para investidores. Lembre-se que o investidor não será apenas sócio do negócio, mas também sócio do empreendedor. O empreendedor pode deter muito conhecimento sobre o passado e presente do projeto, mas se não tiver habilidades que agreguem valor ao futuro do negócio, não fará sentido para o investidor mantê-lo como sócio ou com qualquer participação relevante. 

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O problema é que adquirir esses conhecimentos e habilidades demandam tempo, recurso tão ou mais escasso quanto o capital em si, ainda mais se tratando de strartups e soluções inovadoras.

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Outro problema comum é que nem sempre soluções inovadoras são melhores que as soluções existentes. Em outras vezes essa melhoria até existe, mas seu valor não é percebida pelo usuário ou consumidor. Muito tempo e dinheiro podem ser gastos ao se desenvolver ou adaptar uma nova solução ruim, por isso maximizar as possibilidades de acerto e percepção de valor são tão importantes.

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Ao aplicarmos o conceito de Design Thinking contínuo, passamos a rever constantemente nossas soluções mantando o foco na relação cliente-problema, potencializando as chances de impacta-lo positivamente e ter seu valor reconhecido. É uma metodologia bastante difundida, composta por ciclos de divergência e convergência que direcionam o desenvolvimento de um produto ou serviço até chegar a uma solução com valor percebido e desejado pelo usuário, à princípio, o famoso MVP, ou o Produto Mínimo Viável. Mesmo após chegar aos primeiros MVP, estes são submetidos a novos ciclos para melhoria contínua do produto e da relação cliente-problema. O encadeamento desses ciclos de forma rápida e barata para identificação de oportunidades de geração de valor ao cliente é a base do Lean Startup e da metodologia Viajar Leve.

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A contribuição de profissionais de variadas especialidades orientando seu projeto numa rede colaborativa e conectada , concentrados sob o mesma participação ou fee,  pode acelerar e muito sua curva de aprendizado, otimizar os gastos e, finalmente, evitar a diluição societária.